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31 de mar. de 2012

Desistente.



  
Eu nunca fui de me apaixonar. Sério mesmo, embora eu imagine a sua feição de quem lê a essa afirmação e não acredita. Reafirmo, é verídico. Sempre custei meses e meses para encontrar qualidade forte o suficiente para que eu me visse perdidamente encantada. E ele não foi uma exceção, ele não me dava motivos para estar imune dessa minha teoria um tanto quanto exigente de selecionar rigidamente a cada individuo que esbarrasse na parede desse meu coração.
Ele nem era tão bonito assim e nem tão engraçado. E eu já havia conhecido muitos outros caras que esbanjavam essas duas qualidades antes. E mesmo assim, a "falta de alguma coisa" que ele tinha, me chamou a atenção. Os fatos me forçaram a aceitar: Eu estava gostando. Mesmo tendo o beijado poucas vezes, mesmo tendo maior idade e vivendo um relacionamento semelhante que eu vivia ao ter os meus 13 anos. 
Sarcasticamente, com o tempo fui descobrindo que, não nasci para gostar de alguém. Por ser matematicamente oito ou oitenta. Ou ligar demais, ou desprezar demais! Esse tipo de contradição sempre foi meu forte. Talvez a minha missão na terra seja qualquer outra que não inclua o tão mencionado nas novelas "Amor verdadeiro". Mas, até que eu estava gostando...
Mesmo tendo total noção do quão eu estava sendo opcional ali, sendo mais uma das tantas que estariam escrevendo sobre ele. Mas eu estava gostando principalmente de me manter naquela disputa. Tão acirrada, onde quem conquistasse o prêmio, levava pra casa. Levava pra vida. 
Mas olha, não sinto minima vontade de falar sobre minhas adversárias. Cá entre nós, eu não suporto as mulheres e descarto da minha playlist qualquer musica que fale sobre elas. Mas mesmo assim, eu podia ver que o que parecia era que 80% delas, estavam apaixonadas por ele. Não, não era impressão minha. E o fato de saber que eu não era a unica a gostar de coisas estranhas, me aliviava e ao mesmo tempo, me apavorava. 
E eu que nunca fui de me importar com nada, me vi água fervendo transbordar e de ciumes encharcar teu chão. Irreconhecivelmente, eu estava lutando por uma coisa que eu tanto queria que fosse minha, como nunca feito antes. Envergonho-me. Desisti de diversos beneficios que me apareceram por julgar não ser persistente o bastante e descartar o fato de ter em minhas mãos, as conquistas que a vida quis me dar. Mas o engraçado, é que não pensei duas vezes ao me ver escolhida a participar seleção de mulheres que ele criou. Desse vez, revidei quem viesse puxar o que era meu. Eu estava me tornando insuportável. E pagando essa minha língua afiada que vulgariza qualquer tipo de mulher que se aproxime com maiores intenções de um homem, me vi quase implorar por um amor que além de não ser reciproco, não era amor. Não era nada. Mas e se fosse? E se fosse, não seria. Simplesmente, não seria. E não foi. Desse teu coração cigano, que sutilmente se dispõe a viver em qualquer lugar, me vejo distante. Dentro de 7 meses, eu estava voltando a ser eu. Eu estava lá, desistindo de novo. Tendo só na mente, um conto para relatar. Venho desistindo, desistindo sempre. O único curso que tenho na vida, é o de desistência mesmo. Prossigo e concluo essa pós graduação sem nexo. Essa acabou por ser a única desistência da qual não me arrependo. Não me prendo.
E quando vi que seria só mais uma que ele teria em suas mãos, resolvi que seria só mais uma que ele teria em seu facebook. Aquilo me soava bem mais produtivo. Eu, que sempre fui tão eu, estava me entregando de bandeja para ele. 
Mas, ufa! Salva pelo gongo. Salva pelo orgulho, que de tanto tocar a campainha do meu coração, como forma de avisar o que eu estava fazendo, não foi atendido. Salva pelo orgulho, que não desistiu e arrombou a porta. E os ditados populares, até resolvem fazer sentido: Quem come queto, come sempre. Mas nesse caso, eu estou fora do cardápio. 
Totalmente fora.

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